Perdi muita coisa na minha vida, por me preocupar demais com o próximo passo, deixando de lado muitas vezes o que eu estou dando agora, me preocupei em excesso, me senti culpada quando nem mesmo sabia ao certo o que significava, cuidei muito dos outros e esqueci de mim, das minhas necessidades, dos meus sonhos...
Quis agarrar o mundo com as mãos, sem perceber que elas eram curtas demais para tal feito, mais mesmo assim vou tentando, pois isto está em mim, faz parte de quem eu sou, não pretendo resolver metade dos problemas dos outros, nem tenho porte para isso, mais ficarei feliz se conseguir ajudar a remover uma pedra de um caminho difícil...
Pratiquei demais o desapego, e hoje pra mim difícil mesmo é me prender a pessoas, lugares, objetos, cheguei a um concenso de que tudo é passagero e que não vale a pena fincar raiz em nenhum lugar, e hoje isso me machuca muito pois meus amigos de infância, parecem ter ficado em um passado que nem está tão distante assim, estão como um retrato gravado na memória, lembranças que vem e que vão, que recordo com carinho, mais que não consigo mais me inserir nelas atualmente...
Assim como as borboletas decidi sair do meu casulo e voar, ter novas experiências, desvendar o mundo que existe depois da minha porta, da minha imaginação, e foi ai que tomei a decisão mais difícil, esquecer tudo que eu já havia construido e começar do zero, nova cidade, novas pessoas, mundo novo, o que exigia algo novo de mim, e como nem tudo que é novo é bom, eu mudei, me tornei mais calculista, mais observadora, mais pensativa...
Hoje estou meio sem rumo, assim como a maioria dos adolescentes, devo seguir o caminho que trilhei até agora, ou será que eu preciso de outra linha de partida?! Será que eu vou conseguir chegar até o fim, quando eu realmente souber o que eu quero pra mim?! Dizem que as perguntas movem o mundo, então se depender de mim ele não vai parar nem tão cedo!!!
Diégina Araújo
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